quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Oficina de textos científicos


PRIMEIRA OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS CIENTÍFICOS DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO MAR

Ismália Cassandra Costa Maia Dias; Kcrishna Vilanova de Souza Barros; Tatiana Oliveira Falcão Quintela; Ítalo César Camelo Soares Lima; Fiamma Eugênia Lemos Abreu; Cristina de Almeida Rocha Barreira

O conhecimento sobre metodologia científica é importante para a formação de pesquisadores, além de servir como suporte para a elaboração e apresentação final de trabalhos científicos. No curso de Oceanografia da Universidade Federal do Ceará, a disciplina de metodologia científica não é ofertada, apesar da formação contínua de pesquisadores e da atuação dos alunos em projetos de pesquisa científica. O objetivo deste projeto foi contribuir para a formação dos alunos do curso de Oceanografia do Instituto de Ciências do Mar, abordando os conceitos-chave do método científico. Para a realização deste projeto, houve divulgação através do PET – Programa de Ensino Tutorial, do CAIS – Centro Acadêmico de Ícaro Souza e do Blog Ecologia Marinha. A oficina abordou a elaboração de textos científicos, bases virtuais de pesquisa e softwares de referências bibliográficas, além de conteúdos básicos sobre o método científico e o perfil de um pesquisador. A oficina teve duração de 4 horas e contou com a participação de 22 alunos pertencentes aos cursos de Oceanografia, Ciências Ambientais e Engenharia de Pesca, estagiários e alunos do Labomar. Dentre os participantes, maior parte pertenceu ao 3° (33%) e 5° (33%) período, com participações de alunos do 2° ao 7° semestres dos cursos mencionados. Metade desses alunos está envolvida em projetos de iniciação científica, atuando nas quatro grandes áreas da Oceanografia, sendo que 35% já haviam apresentado algum trabalho em congresso e 75% haviam submetido ou iriam submeter ainda este ano. Além da oficina, foram realizados atendimentos particulares aos alunos que necessitaram de auxílio para elaboração do resumo do Congresso Latinoamericano de Ciências do Mar. Observou-se que a principal motivação para a participação desses alunos no evento foi a futura submissão de trabalhos em congressos. Pretende-se dar continuidade a este projeto, atendendo-se, inclusive, a outros cursos de graduação da UFC.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Oficina de Produção de Texto Científico

Olá Graduandos e estagiários da Oceanografia, Ciências Ambientais e áreas afins,
para inscrever-se na I Oficina de Produção de Texto Científico é necessário preencher a ficha de inscrição disponível no link abaixo:

http://www.4shared.com/document/IruiYcSJ/FICHA_DE_INSCRIO.html

Atenção: Vagas Limitadas!

I Oficina de Produção de Texto Científico

domingo, 17 de outubro de 2010

Estudos preliminares sobre a biologia populacional de Leodia sexiesperforata (Echinodermata: Mellitidea) na praia do Meireles, Fortaleza, Ceará.

Leodia sexiesperforata é um equinóide irregular que distribui-se na costa oeste do Oceano Atlântico. Observações da biometria e densidade populacional de L. sexiesperforata e das características morfodinâmicas da praia do Meireles foram avaliados no período de outubro a dezembro de 2009. Os animais foram coletados mensalmente através de 6 arrastos perpendiculares à praia, em uma única faixa de coleta, de 0-30m de distância da zona de varrido das ondas. A altura, período das ondas, temperatura, salinidade granulometria e pluviosidade foram registrados. Perfis de praia, parâmetros adimensional de Dean (Ω) e escalar da arrebentação (Σ), Índice da Praia (BI) e da Extensão Relativa da Maré (RTR) foram calculados para a descrição do estado morfodinâmico praial. A Praia do Meireles caracteriza-se por intensa urbanização e grande movimentação de pessoas. A faixa entremarés caracterizou-se por uma faixa arenosa com declive suave, sem a presença de recifes de arenito na faixa inferior da praia. O parâmetro de Dean (Ω) e o BI classificaram a praia como intermediária, com perfis topográficos apresentando diferenças durante o estudo. O parâmetro escalar da arrebentação indicaram dissipação das ondas, e o RTR indicou a ação das marés como principal modificadora dos perfis de praia. Os indivíduos coletados apresentaram largura de carapaça entre 93,98mm a 120,73mm, correspondendo a indivíduos adultos. A densidade média de indivíduos foi baixa, correspondendo a 3,8 ind/m², 2,2 ind/m², 0,5 ind/m² nos meses de outubro, novembro e dezembro, respectivamente. Cerca de 42% dos indivíduos coletados apresentaram marcas típicas de regeneração. Nos meses de novembro e dezembro, a espécie foi coletada juntamente com exemplares de Mellita quinquiesperforata. É provável que a população de Leodia sexiesperforata esteja mais densamente distribuída além dos 30m de distância da face da praia, fora da zona de maior impacto das ondas.

Cibele M. Torres Lemos
Ismália C.C.M.Dias
Cristina de Almeida Rocha-Barreira

terça-feira, 31 de agosto de 2010

ACOMPANHAMENTO DA EVOLUÇÃO MORFODINÂMICA DA PRAIA BRAVA, ILHA DE SANTA CATARINA, ATRAVÉS DO MONITORAMENTO DE PERFIS TRANSVERSAIS

A. Ciências Exatas e da Terra - 7. Oceanografia - 3. Oceanografia Geológica

Alexandre Schweitzer 1
Ulisses Rocha de Oliveira 2
Norberto Olmiro Horn Filho 3
Armand Hanna Amin Junior 4

(1. Acadêmico do curso de Geografia, Departamento de Geociências, UFSC; 2. Doutorando do Programa de Pós-graduação em Geografia, UFSC; 3. Departamento de Geociências, UFSC; 4. Departamento de Geociências, CECO - UFRGS)


INTRODUÇÃO:
Um sistema de praia arenosa é extremamente dinâmico e frágil. As praias arenosas ocorrem onde existe uma linha de costa com sedimentos expostos à ação das ondas. Um sistema praial em perfeito funcionamento vai proteger a região costeira da ação erosiva do mar e das ondas. Este trabalho teve como objetivo analisar o acompanhamento da evolução morfodinâmica após o evento climatológico registrado em agosto de 2005 na região Sul do Brasil, onde ocorreu uma grande movimentação de sedimentos, danificando estruturas antrópicas e naturais. A morfodinâmica praial é um método de estudo que integra observações morfológicas e dinâmicas numa descrição mais completa e coerente do sistema praial. A área de estudo está localizada no norte da ilha de Santa Catarina. Possui as características de praia de bolso, estando localizada entre dois promontórios rochosos, o extremo norte a 27º23’32.8“ de latitude sul e 48º24’51.4” de longitude oeste e o extremo sul a 27º24’20.1“ de latitude sul e 48º24’38.5” de longitude oeste, ambos representados pelo Granito Ilha do embasamento cristalino. Apresenta cerca de 1.900m de comprimento, orientada no sentido noroeste – sudeste, estando exposta à ação de ondulações oceânicas. A largura e morfologia da parte aérea da praia são determinantes para o conforto dos veranistas a beira mar, e a configuração da parte subaquosa da praia define o grau de periculosidade para os banhistas.

METODOLOGIA:
Baseado na observação de fotografias aéreas e trabalhos de campo preliminares foram selecionados três pontos da praia para realização do monitoramento. Em cada ponto foram estabelecidos um perfil praial, situando-se os perfis 1, 2 e 3, nos setores norte, central e sul, respectivamente. Os perfis foram monitorados periodicamente segundo o método de nivelamento expedito com nível e estadia, a partir de pontos fixos acima do topo da duna frontal até a porção subaquosa. Cada perfil teve o marco estabelecido em referenciais antrópicos presentes no ambiente. Foram realizadas cinco campanhas entre agosto de 2005 e fevereiro de 2006. Em cada perfil foram coletadas três amostras superficiais de sedimentos nos setores da duna frontal, face praial e zona de surfe. Enfatiza-se que a coleta de dados foi realizada tanto na porção subaérea da praia, nos setores de pós-praia e face praial, quanto na porção subaquosa, nas zonas de arrebentação e de surfe, possibilitando analisar trocas de sedimentos entre estes setores do perfil. Dados de ondas e deriva litorânea, além da análise de fotografias aéreas e convencionais, foram obtidos com intuito de corroborar com os dados morfológicos. Análise granulométrica foi realizada através do método de peneiramento em intervalos de ½ phi.

RESULTADOS:
A análise granulométrica revelou uma praia composta por predominantemente por areias finas, cujos perfis apresentaram valores médios semelhantes quanto à largura e declividade. Ao final do período de erosão, ocorrido entre o inverno e a primavera, registrou-se a formação de escarpas abruptas na duna frontal, provavelmente pela ação do ciclone extra-tropical que atingiu a costa em agosto de 2005. A praia atingiu seu máximo erosivo no mês de novembro, onde foi possível perceber uma relação entre a erosão da duna frontal com a elevação do nível na parte subaquosa do sistema praial. Esse período erosivo foi seguido de período com acréscimo na deposição sedimentar da parte subaérea, com modificações na declividade da face praial e forte avanço da berma que ficou bem pronunciado nos três perfis. Algumas das seqüências morfológicas da zona de surfe e arrebentação ficaram com sua evolução demonstrada através do transporte pela ação das ondas e marés a partir do banco de areia em direção à pós-praia. Durante os períodos acrescivos formou-se uma praia larga com declividade mais acentuada na face praial, com evolução de canais laterais e transversais na parte subaquosa. O perfil central registrou a presença marcante de cavas laterais. O maior acréscimo deposicional na parte subaérea da praia ocorreu no setor sul (perfil 3), diminuindo em direção aos perfis 1 e 2, localizados ao norte do sistema praial.

CONCLUSÕES:
Os resultados indicaram que a praia Brava é muito homogênea em toda sua extensão. A análise do acompanhamento da evolução morfodinâmica da praia Brava após o ciclone extra-tropical demonstrou que a praia teve uma boa capacidade de recuperação sedimentar. A seqüência erosiva do inverno formou escarpas na duna frontal e demonstrou ser esta faixa de areia um estoque de sedimentos com a função de barreira impedindo o avanço do mar sobre a planície costeira, protegendo assim as estruturas urbanísticas que respeitaram a faixa de dunas. A deposição dos sedimentos na antepraia com posterior transferência natural para a pós-praia gerou a formação de uma berma bem pronunciada durante o verão garantido o conforto dos turistas nos meses de verão dado à significativa largura da praia neste período. O transporte sedimentar na pós-praia ocorre devido à ação das ondas e dos ventos. Durante o verão, os ventos predominantes de nordeste podem ter ditado o caráter acrescivo do sistema. Este período de deposição acarretou num aumento na declividade da face praial gerando pronunciadas cavas e fortes correntes próximas à face praial. Devido ao grande fluxo de banhistas durante o verão fica a recomendação de cuidado com estas correntes principalmente, as de retorno. Também se recomenda a preservação da faixa de dunas frontais a fim de evitar problemas de erosão costeira com destruição de propriedades.





Palavras-chave: Praia Brava; Morfodinâmica; Praia Arenosa.

Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006

Biorremediação microbiana

A revolução industrial trouxe um enorme aumento da poluição e da produção de resíduos. Na realidade, muitos dos problemas ambientais atuais são o resultado de mais de 200 anos de má gestão do lixo industrial, sendo os locais contaminados uma consequência frequente do manuseamento e eliminação inadequados de materiais perigosos.
A biorremediação é o processo de tratamento que utiliza a ocorrência natural de microrganismos para degradar substâncias toxicamente perigosas transformando-as em substâncias menos ou não tóxicas. É um mecanismo de estimulação de situações naturais de biodegradação para a limpeza de derramamentos de óleos e tratamento de ambientes terrestres e aquáticos contaminados com compostos xenobióticos (substância sintética que polui o meio ambiente). Maior segurança e menos perturbação do meio ambiente são os principais benefícios da biorremediação. Os dois maiores enfoques da biorremediação são a estimulação do crescimento microbiano no local contaminado e a adição de microrganismos degradadores de hidrocarbonetos adaptados ou de biosurfactantes.
Biorremediação é o bom uso de seres vivos ou seus componentes para restaurar ambientes poluídos. Geralmente são processos que empregam microorganismos ou suas enzimas para degradar compostos poluentes. Na biorremediação utiliza-ea microorganismos, fungos, plantas verdes ou suas enzimas para que o ambiente contaminado retorne a sua condição original. Pode ser empregada para atacar contaminantes específicos do solo, tais como a degradação de hidrocarbonetos clorados pelas bactérias. Um exemplo mais geral é a limpeza de derramamentos do óleo pela adição dos fertilizantes de nitrato ou de sulfato para facilitar a decomposição do óleo pelas bactérias locais ou exteriores.
O processo de biorremediação se da pelo fato de mocroorganismos, como as bactérias, utilizarem carbono orgânico como fonte de alimentação. Sendo assim, convertendo os contaminantes em CO2 e H2O. A Biorremediação e a Fitorremediação foram usados por séculos. Por exemplo, a desalinação do solo de agricultura pela fitoextração tem uma tradição longa. É uma metodologia atrativa e confiável para o tratamento de solos e cursos d´água contaminados, considerando-se muito eficiente, além de econômica, versátil e principalmente por causar uma menor perturbação ao ambiente, já que é um sistema de estimulação de processos naturais de remediação. Enfim é uma estratégia ou processo que emprega microrganismos ou suas enzimas para destoxificar contaminantes no solo ou outros ambientes. Esta consiste basicamente na transformação do contaminante a formas que não oferecem riscos de contaminação. Portanto, é fundamentada nos processos de degradação microbiana e reações químicas combinadas com processos de engenharia, criando condições para maximizar as transformações dos contaminantes orgânicos do solo. De acordo com a Agência de Proteção Ambiental. As principais categorias de contaminantes do solo são em ordem decrescente: os cloroalifáticos, pesticidas, hidrocarbonetos aromáticos, cloroaromáticos, aromáticos simples e outros.
Estes originam-se da industrialização do petróleo bruto, industrias químicas diversas e atividades agrícolas, sendo muitos destes produtos de difícil decomposição e, por isto, causam sérios impactos ambientais. Alguns representantes mais importantes no âmbito da biorremediação são:
a) Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs), que são orgânicos voláteis com várias ligações tipo benzeno condensadas, representam mais de 100 diferentes compostos¬ como antraceno e benzopireno. Os PAHs são em sua maioria lipofílicos e adsorvendo ¬fortemente a superfícies hidrofóbicas. O interesse na biorremediação destes compostos é crescente devido aos efeitos mutagênicos e carcinogênicos dos mesmos.
b) Os hidrocarbonetos halogenados, especialmente os clorados, são os xenobióticos de grande persistência no solo devido à sua baixa degradabilidade que é resultante da baixa solubilidade, tamanho molecular, toxicidade e elevada energia química de ligação. Os contaminantes ¬mais estudados são: O PCP (Pentaclorofenol), TCE (Tricloroetileno) e os PCB's (bifenis policlorados).
c) Os derivados nitrogenados do nitrotolueno empregados na confecção de materiais explosivos como o TNT (2,4,6- trinitrotolueno).
Do ponto de vista prático, a biorremediação é fundamentada em três aspectos principais: a) Existência de microrganismos com capacidade catabólica para degradar o contaminante; b) O contaminante deve estar disponível ou acessível ao ataque microbiano ou enzimático; c) Condições ambientais adequadas para o crescimento e atividade do agente biorremediador.
Microrganismos com as mais diversas capacidades metabólicas são empregados na biorremediação. Alguns destes são pertencentes a gêneros de bactérias e fungos como: Azospirillum, Pseuc¬Alcaligenes, Enterobacter, Proteus, Klebsiella, Serra tia. Bacillus, Arthrobacter, Nocardia, Fusarium, Chaetomium, Phanerochaete e Trametes. A ação metabólica da degradação dependerá do microrganismo envolvido e do ambiente. A tecnologia da biorremediação tem como objetivo inocular o solo com microrganismos com capacidade de metabolizar resíduos tóxicos, proporcionando maior segurança e menos perturbações ao meio ambiente.

Técnicas de Biorremediação

Apesar de fundamentadas em um único processo básico (biodegradação), as técnicas de biorremediação envolvem variações de tratamentos” in situ" (no local) e "ex situ" (fora do local) que pode envolver inúmeros procedimentos. A maioria dessas estratégias se aplica aos tratamentos de superfície, enquanto algumas são específicas para a biorremediação em sub-superfície como é o caso da bioventilação, que consiste na injeção de ar no solo (ou camada) contaminado para estimular a degradação do contaminante.
Vários contaminantes podem ser tratados biologicamente com sucesso. Estes incluem petróleo bruto, hidrocarbonetos do petróleo como gasolina (que contém benzeno, xileno, tolueno e etilbenzeno) óleo ¬diesel, combustível de avião, preservativos de madeira, solventes diversos, lodo de esgoto urbano industrial, e outros compostos xenobióticos ou biogênicos, existindo mais de 300 compostos individuais.

Tipos e Estratégias para Biorremediação do Solo

a) Passiva- consiste na degradação intrínseca ou natural pelos micorganismos indígenas do solo.
b) Bioestimuladora- consiste na adição de nutrientes, como N e P, para estimular os microrganismos indígenas.
c) Biventilação- é uma forma de bioestimulação por meio da adição de gases estimulantes, como O2 e CH4, para aumentar a atividade microbiana decompositora.
d) Bioaumentação- é a inoculação do local contaminado com microrganismos selecionados para degração do contaminante.
e) Landfarming- é aplicação e incorporação de contaminantes ou rejeitos contaminados na superfície de solo não contaminado para degração. O solo é arado e gradeado para promover a mistura uniforme do contaminante e aeração.
f) Compostagem- é o uso de microrganismos termofílicos aeróbios em pilhas construídas para degradar o contaminante.

Principais Dificuldades para o Sucesso dos Tratamentos Biológicos de Solos Contaminados.

a) Heterogeneidade do rejeito- os rejeitos são distribuídos de modo heterogêneo no solo e o contaminante pode ocorrer em formas não acessivas.
b) Concentração do contaminante- contaminantes podem estar presentes em concentações variadas (de muito baixa a muito alta). Se muito alta, pode ser tóxica e inibir o crescimento.
c) Persistência e toxidade- tratamentos biológicos são eficientes para remover matérias biodegradáveis e de baixa toxidade.
c) Contaminantes resistentes à biodegradação exigem adequadação nutricional do solo. (com fonte de C) e consórcio microbiano.
d) Condições adequadas para o crescimento microbiano- atividade microbiana suficiente para promover adequada degração exige condições ambientais favoráveis passíveis de destoxicaçõa por biorremediação, como por exemplo umidade, temperatura e aeração do solo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Bioindicadores de Qualidade de Água

O QUE SÃO BIOINDICADORES?

Bioindicadores são espécies, grupos de espécies ou comunidades biológicas cuja presença, abundância e condições são indicativos biológicos de uma determinada condição ambiental. Os bioindicadores são importantes para correlacionar com um determinado fator antrópico ou um fator natural com potencial impactante, representando importante ferramenta na avaliação da integridade ecológica (condição de “saúde” de uma área, definida pela comparação da estrutura e função de uma comunidade biológica entre uma área impactada e áreas de referência).
Os bioindicadores mais utilizados são aqueles capazes de diferenciar entre oscilações naturais (p.ex. mudanças fenológicas, ciclos sazonais de chuva e seca) e estresses antrópicos.


MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS SÃO BONS BIOINDICADORES
Os macroinvertebrados bentônicos têm sido amplamente utilizados como bioindicadores de qualidade de água e saúde de ecossistemas por apresentarem as seguintes características:

· Ciclos de vida longo, comparando-se com os organismos do plâncton que em geral tem ciclos de vida em torno de horas, dias, 1 ou 2 semanas; os macroinvertebrados bentônicos podem viver entre semanas, meses e mesmo mais de 1 ano, caracterizando-se como "organismos sentinelas";

· Em geral, são organismos grandes (maiores que 125 ou 250 µm), sésseis ou de pouca mobilidade, ou seja, são relativamente sedentários e mais fáceis de serem amostrados do que os organismos nectônicos, como os peixes;

· Fácil amostragem, com custos relativamente baixos;

· Elevada diversidade taxonômica e de identificação relativamente fácil (ao nível de família e alguns gêneros);

· Organismos sensíveis a diferentes concentrações de poluentes no meio, fornecendo ampla faixa de respostas frente a diferentes níveis de contaminação ambiental.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (U.S Environmental Protection Agency-USEPA) recomenda a utilização de critérios biológicos (que utilizam a condição de um organismo ou conjunto de organismos para descrever a integridade ecológica de uma área impactada, pouco impactada, ou áreas de referência), para complementar as informações sobre qualidade de água, tradicionalmente baseados em parâmetros químicos e físicos. A utilização dos bioindicadores é uma medida integrada e atualizada de todos os estresses ambientais, mais eficientes do que inferências biológicas de comparações de valores obtidos em ensaios em laboratório de medidas instantâneas no campo ou contaminantes similares.

Após a coleta de informações dos bioindicadores, a etapa seguinte é a integração de dados mensuráveis (p.ex. estimativas de densidade, contagem de espécies) e a combinação de variáveis na proposição de índices adequados para avaliar as condições ambientais em estudo.

PROGRAMA DE BIOMONITORAMENTO
O termo biomonitoramento, ou monitoramento biológico, pode ser definido como o uso sistemático de respostas biológicas para avaliar mudanças ambientais com o objetivo de utilizar esta informação em um programa de controle de qualidade. Estas mudanças normalmente estão associadas a fontes antropogênicas. Macroinvertebrados bentônicos têm sido utilizados no monitoramento de reservatórios, trechos de importantes bacias hidrográficas sob diferentes níveis de impacto antrópico. O princípio é simples: submetidos a condições adversas, os organismos resistem ou morrem. Portanto, a composição em espécies e a distribuição espaço-temporal dos organismos aquáticos alteram-se pela ação dos impactos. Quanto mais intensos forem, mais pronunciadas serão as respostas ecológicas dos organismos aquáticos bioindicadores de qualidade de água, podendo haver inclusive a extinção local, ou seja, exclusão de organismos sensíveis à poluição (como as formas imaturas de muitas espécies de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera).

Programas de Biomonitoramento são desenvolvidos em etapas e utilizam-se de métodos úteis na avaliação da eficiência de estações de tratamento de esgotos e subseqüentes lançamentos em corpos d’água, impactos de assoreamentos, chuva ácida, práticas agrícolas, remoção de vegetação ciliar nas margens de rios e efeitos na introdução de espécies exóticas sobre populações naturais.

Muitos macroinvertebrados bentônicos são detritívoros, alimentando-se de matéria orgânica produzida na coluna d’água. Estes organismos são importantes componentes na dieta de peixes, representando importante ligação entre a produção pelágica e os níveis tróficos superiores na ambiente aquático. Em programas de biomonitoramento é usual avaliar as necessidades ambientais de todas as espécies de um determinado conjunto de organismos. Um exemplo é a classificação dos grupos tróficos funcionais (GTF ou “guildas”) de espécies e ciclos de vida. Os GTF representam espécies com estratégias reprodutivcas similares, hábitos alimentares e/ou preferência de habitats específicos (Callisto et al., 2001).

Para avaliar as conseqüências da poluição sobre os ecossistemas aquáticos continentais são necessários vários tipos de informações. Programas de biomonitoramento são os mais indicados para detectar o nível de comprometimento da vida aquática e avaliar o nível de degradação ambiental. Uma vez diagnosticado o nível de degradação, dados ecológicos adicionais podem ser incorporados, como testes ecotoxicológicos com poluentes químicos, capazes de auxiliar na identificação dos agentes poluidores, suas fontes, subsidiando a implementação de medidas mitigadoras. Integrando as informações destes dados assim como a avaliação da diversidade de habitats, investigações hidrológicas e a caracterização do uso e ocupação do solo possibilita o diagnóstico ambiental dos impactos dos 5 principais fatores que afetam a saúde ambiental em ecossistemas aquáticos (qualidade da água, estrutura de habitat, fonte de energia, regime fluviométrico e fatores de integração biótica).